- Ano: 2013
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Fotografias:André Marques Albuquerque
Descrição enviada pela equipe de projeto. Alameda das Flores, hoje, é praticamente uma passagem, com poucos espaços de permanência e pouco valorizada como espaço público na Avenida Paulista.
Uma leitura rápida do espaço nos mostra que o mobiliário urbano, como os escassos bancos e postes de iluminação, estão localizados nas periferias dos acessos, tanto pela Paulista, como pela rua São Carlos do Pinhal. As árvores, em número razoável, também contornam a alameda. Além disso, temos a Rua São Carlos do Pinhal como os “fundos” da Av. Paulista. Quem olha de longe não se sente instigado em saber o que há do outro lado.
Por essas razões, quem passa por ali não pensa em permanecer.
A intervenção para SP_URBAN Digital Festival 2013, intitulada “Mirante” pretende, durante duas semanas, transformar o espaço de passagem em um espaço interativo, de permanência e criando uma relação estreita do público com as obras que serão mostradas no evento. É uma tentativa de desacelerar o ritmo do paulistano.
A instalação propõe um percurso cuja parada final é o “Mirante” que dá para a Avenida Paulista e para o clássico edifício da FIESP, projeto do Rino Levi com intervenção de Paulo Mendes da Rocha. Ali o público terá uma nova experiência visual com a cidade. A altura final do piso do pequeno palco é, praticamente, a mesma do mezanino metálico projetado por Paulo Mendes da Rocha, o que liga, visualmente, os dois lados da perpendicular cortada pela Avenida.
Serão 2 painéis de led distribuídos estrategicamente na Alameda das Flores. O primeiro está voltado para Av. Paulista, na face frontal do Mirante, convidando o público para caminhar pela Alameda. O segundo painel atrai o passante na direção da rua São Carlos do Pinhal porque está localizado no limite da Alameda com a calçada e é o caminho para a subida final.
O percurso até o mirante é uma rampa longa, com leve inclinação, que faz com que o público passeie pelo espaço, descobrindo as obras da mostra e esse canto da cidade.
Durante todo o dia, a rampa, o mirante e os bancos pré-existentes são alternativas para permanecer. Na hora do almoço ou no caminho de volta para casa, pode-se parar para comer, conversar, ler e aproveitar o espaço.
Pela noite o público irá aproveitar a fachada do edifício da FIESP em movimento com as obras interativas dos artistas convidados, incluindo as manobras de skate que sonorizam o ambiente com os três obstáculos construídos no começo do mirante.
Ali será possivel conviver intensamente com as obras do SP_URBAN e oportunidade de usufruir da descoberta desse espaço oculto que é a Alameda das Flores, um gesto de gentileza com o público da Av. Paulista.
Materiais
A escolha da estrutura de andaimes foi baseada em sua característica efêmera. A praticidade da montagem, a estética bruta e o uso garantido em outros eventos fazem dela uma estrutura perfeita para o festival.
O piso de compensado naval utilizado suporta as chuvas de verão, comuns no final do ano. A escolha por manter sua cor original transformou a bora num conjunto capaz de resistir ao uso dos espaços dos públicos no cotidiano da cidade de São Paulo.